quarta-feira, 6 de abril de 2011

REPRODUÇÃO DA MATÉRIA PUBLICADA NO O GLOBO EM 05/04/2011

Por Lauro Neto

O GLOBO: Qual é a sua opinião sobre cotas?
ANGELO PINTO: A decisão de reservar 20% das vagas para estudantes da rede pública estadual e municipal e das escolas da Faetec, deixando de fora os colégios federais, universitários, militares e de aplicação, e não levando em consideração os critérios étnico-raciais ou de renda, é a posição da chapa 99 (a dele) com relação às cotas.
Como vê a adesão da UFRJ ao Enem/Sisu?
PINTO: A chapa 99 considera o Enem um grande avanço do MEC para democratizar o acesso às vagas nas instituições federias de ensino superior. O exame estimula uma reestruturação do ensino médio e é muito mais racional do que o vestibular. Enquanto o Enem testa o conhecimento do estudante, o vestibular avalia a sua capacidade de memorização. O Enem deve ser a primeira fase do processo de ingresso seletivo da UFRJ. Mas, ainda é cedo para que todas as vagas sejam preenchidas por ele. O Sisu, além de ser uma forma inteligente de acabar gradualmente com o vestibular, aumenta a possibilidade de melhores alunos entrarem para os cursos mais concorridos.
Quais os seus planos para alojamento universitário e assistência estudantil?
PINTO: Bolsas para todos os estudantes carentes, mediante desempenho escolar e prestação de serviços, que devem ter relação com o curso; criação de um alojamento universitário para alunos de pós-graduação que vierem de outros estados e países, com permanência máxima de seis meses. No alojamento universitário, os estudantes poderão permanecer por um período máximo de três meses após a conclusão do curso. Não serão alterados os critérios de seleção vigente para o acesso dos estudantes, mas a seleção será ágil.
O que pretende fazer em termos de expansão universitária e interiorização, já que o Reuni termina este ano e a UFRJ está bem atrás de outras federais em termos de construção de prédios para cursos novos?
PINTO: Um dos itens do Programa da Chapa 99 é o apoio a interiorização. Mas, antes de tudo é importante consolidar o campus de Macaé e o pólo de Xerém, ainda com muita precariedade em suas infraestruturas. A Reitoria buscará parcerias com a Prefeitura de Macaé e com a Petrobrás para a consolidação e expansão do campus universitário de Macaé. No Pólo de Xerém, além da Prefeitura de Duque de Caxias e da Petrobrás, aumentaremos ainda mais a parceria com o Inmetro. Xerém continuará como um pólo de alta tecnologia. Não estamos prevendo a criação de novos Cursos em Xerém, para os próximos 2 anos, além dos já existentes.
Qual o seu compromisso com o Hospital Universitário e com o curso de Medicina de Macaé, que passam por problemas graves, levando em consideração a Medida Provisória para criar uma estatal gestora dos hospitais universitários que fariam contratações pela CLT e não por concurso?
PINTO: Nós nos comprometemos a garantir toda a infraestrutura necessária aos estudantes do Curso de Medicina do campus de Macaé. É inviável, dada as distâncias, que estes estudantes frequentem os laboratórios da Faculdade de Medicina e do Centro de Ciências da Saúde do campus universitário da Ilha do Fundão. A Prefeitura de Macaé e a Petrobrás devem ter responsabilidades com a manutenção de toda a infraestrutura das unidades do campus.
A UFRJ deve defender sua autonomia, e rechaçar a MP-520, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, porque esta não irá resolver os problemas dos hospitais universitários.


Fonte: http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/04/05/candidatos-reitor-discutem-suas-propostas-no-polo-de-xerem-antes-conheca-aqui-algumas-ideias-de-mais-dois-deles-924160765.asp

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